Porta malas levanta.
Abre-se uma jaula. Ainda não tinha visto essas grades. Parecia um transporte para animais ferozes.
Delegado, sai, olha, fala algumas palavras ao motorista...
Depois de 10 minutos, aproximadamente, saem da delegacia alguns jovens. Chega uma mulher, como se entrando no local. Pára, dá um beijo na testa do menino de verde, que, algemado ao outro, vai pulando até a "manduquinha".
Pé enrolado em uma faixa, inchado e ensanguentado. O menino algemado a ele também entra no camburão.
Aquele espaço de grades abrigou também mais uma pessoa, agora uma menina, que só apareceu na cena dos meus olhos agora.
Antes de fechar a porta, o jornalista se aproxima e dá uma olhada, anota no caderninho. Foi o terceiro que vi, desde que cheguei.
Eles não tinham, aparentemente, mais de 20 anos. O que teriam feito para ganharem destaque na mídia?
Fecha-se a porta, fecham-se as cortinas.
O último personagem fica na platéia. A mesma mulher que deu um beijo da testa, caminha chorando, sozinha, depois do espetáculo onde ninguém se atreve a pedir bis ou bater palma aos "artistas".
Para as mães, o sofrimento pelos filhos. Para os que sofreram a ação que os levou até ali, o ódio, a perda ou o pranto. Para a polícia e para os jornais, mais um número.
Qual história e próximos capítulos de toda essa gente?
Por Juliana Teles
Abre-se uma jaula. Ainda não tinha visto essas grades. Parecia um transporte para animais ferozes.
Delegado, sai, olha, fala algumas palavras ao motorista...
Depois de 10 minutos, aproximadamente, saem da delegacia alguns jovens. Chega uma mulher, como se entrando no local. Pára, dá um beijo na testa do menino de verde, que, algemado ao outro, vai pulando até a "manduquinha".
Pé enrolado em uma faixa, inchado e ensanguentado. O menino algemado a ele também entra no camburão.
Aquele espaço de grades abrigou também mais uma pessoa, agora uma menina, que só apareceu na cena dos meus olhos agora.
Antes de fechar a porta, o jornalista se aproxima e dá uma olhada, anota no caderninho. Foi o terceiro que vi, desde que cheguei.
Eles não tinham, aparentemente, mais de 20 anos. O que teriam feito para ganharem destaque na mídia?
Fecha-se a porta, fecham-se as cortinas.
O último personagem fica na platéia. A mesma mulher que deu um beijo da testa, caminha chorando, sozinha, depois do espetáculo onde ninguém se atreve a pedir bis ou bater palma aos "artistas".
Para as mães, o sofrimento pelos filhos. Para os que sofreram a ação que os levou até ali, o ódio, a perda ou o pranto. Para a polícia e para os jornais, mais um número.
Qual história e próximos capítulos de toda essa gente?
Por Juliana Teles